Bem Vindo, Neste Nosso Portugal pretende ser um sítio de reflexão e análise sobre o que nós portugueses realmente queremos para o nosso futuro. Não sei o que as gerações mais novas pensam sobre isso, certamente nada mas, se continuam assim caminhamos para o fim. Já faltou mais!
"O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons." (M. Luther King)
"Não é sinal de saúde estar bem adaptado a uma sociedade doente." (Jiddu Krishnamurti)
"Ninguém está obrigado a cooperar em sua própria perda ou em sua própria escravatura, a Desobediência Civil é um direito imprescindível de todo o cidadão!" (Mahatma Ghandi)
"Alguns homens vêem as coisas como são e dizem "Porquê?". Eu sonho com as coisas que nunca foram e digo "Porque não?" (George Bernard Shaw)
“Não há covardia mais torpe que a covardia da inteligência, a burrice voluntária, a recusa de juntar os pontos e enxergar o sentido geral dos factos.” [Olavo de Carvalho]
Nota:
terça-feira, 28 de abril de 2009
Abril inacabado
PS usou em tempo de antena imagens de crianças com o Magalhães pedidas pelo Ministério da Educação
O Ministério da Educação pediu a uma escola do primeiro ciclo de Castelo de Vide autorização para filmar crianças a utilizar o Magalhães. Mas, segundo conta hoje o Rádio Clube e o jornal “24 Horas”, as imagens acabaram por passar num tempo de antena do Partido Socialista, na RTP, no passado dia 22.
Os pais pediram já uma reunião na escola, a exigir uma explicação e a escola por sua vez, pediu explicações ao ministério, como adiantou ao Rádio Clube Ana Travassos, presidente do Conselho Executivo do agrupamento de escolas de Castelo de Vide.
“Não foi feito pelo Partido Socialista não. Nós tivemos um contacto da tutela, dos representantes do Ministério da Educação aqui no Distrito de Portalegre e na região de Évora, que é onde está a Direcção Regional, com a intenção de consultar crianças e pais”, disse a responsável.
Mas o produto final da consulta acabou por ser emitido num tempo de antena do PS na RTP, na passada quarta-feira. Os encarregados de educação já pediram explicações à escola.
Ao Rádio Clube, o gabinete de imprensa do PS explicou, através de um comunicado, que tudo foi autorizado, sem contudo esclarecer de onde partiu o pedido, se do ministério, se do partido.
Em reacção, O PSD considera a situação grave. Cristovão Crespo, presidente da distrital do PSD de Portalegre, exige também explicações ao Ministério da Educação e ao PS.
Ao PÚBLICO, Joaquim Vieira, provedor do leitor do PÚBLICO, comentou o uso de crianças em campanhas políticas, frisando que é comum recorrer à imagem de menores, com consentimento dos pais ou responsáveis, especialmente recorrendo a filhos de filiados dos partidos, mas que a utilização de imagem sem um consentimento informado e claro, é de recriminar.
"Se foi assim como se diz é altamente condenável. Trata-se de enganar as pessoas e usar a imagem de crianças para propaganda política. A propaganda política não tem limites e o PS tem usado frequentemente imagens de crianças em campanha. Mas os pais das crianças têm de saber o fim das imagens. De forma enviezada não".
segunda-feira, 27 de abril de 2009
PSP impõe número de detenções mínimo por esquadra
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Saída da crise: Tudo ao contrário?
João Cantiga Esteves, Professor de Finanças do ISEG-Instituto Superior de Economia e Gestão:
Após as medidas iniciais de combate à Crise, instala-se a convicção de que a solução passa por políticas diametralmente opostas às adoptadas, no que respeita à taxa de juro e inflação.
Governos e Bancos Centrais decidiram combater a Crise através da descida abrupta das taxas de juro e, consequentemente, da inflação, criando até o espectro da deflação.
Ora, é perfeitamente consensual de que o grande problema, talvez o maior, da Crise é a falta de liquidez no Sistema Financeiro, em geral, e no Bancário, em particular.
Aqui convém lembrar que o Sistema Financeiro, em geral, e o Bancário, em particular, são compostos por duas grandes funções. De um lado, o Sistema (os bancos) capta dinheiros (poupanças) através de todo o tipo de depósitos e, do outro lado, com esses dinheiros, concede empréstimos (créditos) aos agentes económicos (empresas e famílias).
A ordem das duas funções não é arbitrária, isto é, primeiro o Sistema precisa de captar os depósitos e só depois é que pode conceder empréstimos.
O que verificamos é que Bancos Centrais e Governos baixaram a taxa de juro, de forma rápida, mas assistimos às queixas continuadas de que os Bancos não disponibilizam créditos às empresas e, quando concedem esses empréstimos, fazem-no de forma cara, a taxas muito elevadas.
Contraditório? Nem por isso. Os Bancos não emprestam porque não têm dinheiro e, quando emprestam, dado que o dinheiro é escasso, a procura por parte das empresas e famílias é fortíssima e o risco presente nas empresas e na economia real é muito elevado e crescente, aplicando taxas cada vez mais altas. Óbvio!
A terapia actual não funciona! E não funciona porque não se está a resolver o problema original da falta de liquidez. É preciso começar por "trazer" liquidez para os Sistemas Financeiro e Bancário e a liquidez só se atrai, só se consegue captando dinheiros com a subida das taxas de juro. Sem isso, o Sistema não recomeça a funcionar e, sem ele, não há solução. Governos e Bancos Centrais pensaram que, através das suas injecções de dinheiro no sistema, a situação se resolvia. Errado! Por muitíssimo dinheiro que Bancos Centrais e Governos criem e injectem no Sistema, não deixará de ser sempre uma "gota de água" no enorme Oceano que representa hoje o mercado financeiro actual, mesmo em crise.
Observa-se que os Bancos não emprestam uns aos outros e, muito menos, aos agentes da economia real (empresas e famílias). Ora, a descida das taxas de juro só piorou, isto é, os Bancos não emprestavam quando as taxas de juro estavam a 4 e 5% e vão emprestar agora com as taxas a 1 e 2%? Absurdo! Claro que não.
E assistimos a malabarismos perigosos. A taxa do BCE baixou abruptamente e, neste momento, a taxa EURIBOR também acompanha essa descida rápida, o que é uma má notícia pois isso acontece porque o mercado interbancário não está a funcionar. A EURIBOR desce porque o actual mercado se limita ao BCE a "falar sozinho", ou com as instituições bancárias, porque entre estas continua a não haver transacções e, quando existem, aplicam-se "spreads" bem elevados, como os bancos portugueses bem têm sentido.
Conclui-se que a taxa EURIBOR passou a ser uma taxa "fantasma" determinada por Bancos Centrais e Governos e não pelo mercado interbancário na sua plenitude, actualmente inexistente, limitando-se a vincar a política deliberada de descida da taxa de juro formulada pelos Bancos Centrais e Governos, sendo depois contrariada, na prática, com a sua subida através do aumento dos "spreads", por parte dos bancos!
Novamente, sem o mercado interbancário a funcionar, não há solução. E este só voltará a funcionar quando as taxas de juro forem atractivas.
Assim, passando a solução da Crise pela subida das taxas de juro, o problema será o do ressurgimento da inflação. Sendo verdade, importa dizer que, face à dimensão da Crise e da gravidade e profundidade dos diversos problemas, impõe-se definir prioridades e, neste momento, uma subida de inflação, que possa ir até aos 5-6%, será, seguramente, o mal menor que o mundo pode enfrentar.
Aqui, importa relembrar outro factor determinante da actual Crise, que se encontra por resolver, os elevados e insustentáveis preços do imobiliário, um pouco por todo o mundo e que precisam de ser corrigidos. Repare-se que os designados activos financeiros clássicos já fizeram um ajustamento substancial dos seus preços, em 2008, com as Bolsas, incluindo a Portuguesa, a cairem cerca de 50%. Ora, no imobiliário nada semelhante aconteceu e, possivelmente, não pode acontecer mas um ajustamento significativo tem de ser feito. A história económica das Crises mostra-nos a solução. Como é insuportável para famílias, empresas e bancos a descida substancial dos preços do imobiliário, o aparecimento de inflação será a forma menos dolorosa para todos de fazer depreciar o valor real dos activos imobiliários, sem o recurso à queda abrupta dos preços que poderá ter de acontecer, caso não haja inflação.
Claro que, para as empresas e famílias, a subida do custo do dinheiro não é uma boa notícia porém, neste momento, a opção não é, infelizmente, entre ter acesso a dinheiro mais caro ou mais barato, mas entre ter ou não acesso a dinheiro!
in Expresso ; acedido em 20-04-2009